Lisboa, 23 Mai (Lusa) - As tatuagens de henna negra são "uma ameaça recorrente ao estado de saúde", razão porque devem ser "totalmente" evitadas, de acordo com uma circular emitida hoje pela autoridade que regula o sector do medicamento em Portugal (Infarmed).
O Infarmed alerta para o facto de estas tatuagens poderem "desencadear reacções alérgicas", uma vez que são utilizadas concentrações elevadas de corante, para acentuar a cor negra do pigmento de henna.
Danos permanentes na pele, dermatite de contacto alérgica e polisensibilização, são efeitos adversos de longa duração associados a estas tatuagens de henna negra, de acordo com o Infarmed.
Este organismo do Ministério da Saúde defende que se evite a aplicação de tatuagem de henna negra e alerta para as reacções alérgicas que podem originar: comichão na pele, vermelhidão, manchas e bolhas que, com o passar do tempo, são tratáveis e desaparecerão, mas em alguns casos levarão a lesões permanentes na pele, tal como descoloração ou cicatrizes.
"Alguns indivíduos podem tornar-se permanentemente sensibilizados a estas substâncias e desenvolver dermatite de contacto alérgica e, uma vez sensibilizados, estes adquirem vulnerabilidade a estas substâncias", lê-se na circular do Infarmed.
Este organismo lembra que "a sensibilização induzida pela tatuagem de henna negra, mesmo que a resposta alérgica não seja obviamente gerada pela própria tatuagem, pode conduzir a uma resposta alérgica através da exposição subsequente a estes corantes alergénicos presentes noutros produtos".
"A reacção alérgica a uma segunda exposição pode muitas vezes ser mais severa que a primeira", acrescenta.
O Infarmed lembra que, "principalmente no Verão, os artistas de tatuagens de henna negra visitam eventos ao ar livre como feiras, festivais, mercados, bazares e particularmente zonas turísticas para prestar os seus serviços".
"As tatuagens temporárias são frequentemente oferecidas a turistas nas praias e resorts", alerta.
SMM.
Lusa/Fim
----------------------------