O programa Leiria Região Digital (LRD) está praticamente concluído e vai disponibilizar uma longa lista de serviços. Para os promotores, esta é uma oportunidade de introduzir uma nova rede pública no quotidiano das populações dos municípios da Área Metropolitana de Leiria. Pombal, Leiria, Ourém, Ansião, Alvaiázere, Marinha Grande, Batalha e Porto de Mós estão no epicentro desta revolução tecnológica que criou uma nova rede pública de serviços, à semelhança das redes de iluminação pública, abastecimento de água ou saneamento, por exemplo, a que estamos habituados. Em todas as freguesias há pelo menos um ponto gratuito de acesso sem fios à internet. Mas a rede é bem mais larga. As zonas históricas dos municípios, os pontos de interesse turístico, as imediações dos postos de turismo, a área de intervenção do Polis em Leiria. Eis alguns dos pontos onde basta ligar um computador portátil ou um PDA para aceder à “net”, sem qualquer custo para o utilizador. Vítor Távora, gestor do projecto LRD, reconhece que a internet “à borla” é a parte mais visível deste trabalho. Mas há muito mais. Desde logo, as autarquias associadas ao LRD têm vindo a reformular os seus portais. Em breve, todas permitirão, entre outros serviços, a consulta aos processos de obras, pagamento de licenças, para além da consulta de actas e deliberações. Todos os municípios disponibilizarão ainda portais geográficos, onde publicam o PDM e plantas de localização. Casos haverá em que será mesmo possível adquirir bilhetes para espectáculos ou aceder à conta do abastecimento de água. Esta é uma área importante, sublinha Vítor Távora, uma vez que para além do cuidado redobrado em proteger informação sensível, houve a necessidade de acompanhar as mais recentes alterações legislativas. A reformulação do portal e a criação da estrutura tecnológica que sustenta o ensino à distância do Instituto Politécnico de Leiria, o novo portal da Região de Turismo de Leiria/Fátima, a aposta do Centinfe numa plataforma electrónica de sensibilização dos associados para os perigos da espionagem industrial e o portal Leiritrade, da Nerlei, são outras facetas deste projecto. Novo portal prestes a estrear. Dentro de dias, o LRD lança o seu próprio portal reformulado que, além de permitir agregar a informação disponibilizada pelas entidades associadas, facilita o acesso a vários serviços públicos on-line. E oferece ainda informação geo-referenciada. Escolher um restaurante, uma caixa multibanco ou um posto de combustíveis e o caminho a percorrer para lá chegar, por exemplo, estará à distância de um clique. Menos visível, mas igualmente significativo na factura total de 7,5 milhões de euros deste projecto, está a rede de 50 quilómetros de fibra óptica que já liga uma centena de escolas e edifícios públicos locais, bem como a reformulação do parque tecnológico das diversas autarquias. Vítor Távora considera que este esforço permitiu dotar a região de uma infra-estrutura que facilita e democratiza o acesso à tecnologia e à comunicação. Também aí, o LRD dá uma mãozinha. Dois “carros da net” têm calcorreado a região, misturando formação a miúdos e graúdos com a possibilidade de muitos se estrearem nas novas tecnologias. Vítor Távora está convicto que o projecto deixa uma infra-estrutura financeiramente sustentável, capaz de sobreviver à ausência de financiamento comunitário. Aliás, a torneira de Bruxelas fechou-se definitivamente no início deste ano. AMLEI satisfeita Isabel Damasceno, presidente da Área Metropolitana de Leiria, entidade promotora do projecto, não lhe poupa elogios. É, afirma, “um dos projectos mais ambiciosos e revolucionários ao nível do desenvolvimento regional e da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”. Afinal, implica a “inovação e celeridade do relacionamento dos cidadãos dos municípios da Área Metropolitana de Leiria com os serviços públicos locais e regionais”, assim como de facilitar o acesso às tecnologias da informação e comunicação a cerca de 300 mil habitantes. Para além de promover a região, o LRD investe na “cidadania electrónica”. |