O governador civil de Leiria, Paiva de Carvalho, vai tomar posse hoje à tarde no Sala Nobre do Ministério da Administração Interna. Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, o médico, natural de Monte Redondo e com fortes ligações ao Avelar, concelho de Ansião, confessou ontem que, embora tenha exercido a maior parte da sua actividade profissional em Coimbra, nunca deixou de se considerar um leiriense. Recordou o tempo em que subia as escadas do Governo Civil de Leiria, ainda criança, pelas mãos do seu pai, também ele médico, homenageado com o nome de uma rua na Praia de Pedrógão: Rui Paiva de Carvalho. Depois frequentou o Colégio Novo de Leiria, onde foi colega do actual ministro da Justiça, Alberto Costa, que deverá ser um dos participantes do almoço anual de antigos alunos, a realizar no próximo mês, que Paiva de Carvalho teima em organizar todos os anos. Aliás, o ministro, ex-colega de escola, já o contactou para o felicitar pelas novas funções, tal como a presidente da Câmara Municipal de Leiria, Isabel Damasceno. Consciente da dimensão do desafio que aceitou no passado domingo, “não por ímpeto de aventura, mas de forma amadurecida”, sentiu alguma resistência da própria família, admitindo que “esta mudança veio transformar radicalmente a organização da vida”. O pneumologista acrescentou que “não tinha, a curto prazo, expectativas de ascender nas carreiras académica e profissional, porque já estou no topo”. Sendo assim, mostra-se disponível para “defender os interesses do distrito e ajudar a concretizar as políticas governamentais a nível local”. O sector da saúde será aquele em que poderá dar um maior contributo, pela sua “experiência”, até porque “as medidas que foram gizadas pelo Governo estão correctas e suficientemente fundamentadas, mas estavam a ser mal explicadas, o que provocou um sentimento de insatisfação”, justificando assim a saída de Correia de Campos. Afirmando-se como um “defensor do serviço público”, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o novo governador civil relembrou que “a gratuitidade do sistema tem limites”, obrigando às reformas que têm sido implementadas. Sobre outros sectores de intervenção, Paiva de Carvalho explicou que ainda não abriu os dossiês e está “numa fase de criação da equipa”, composta por um chefe de gabinete e dois adjuntos, de que não quis adiantar nomes. O DIÁRIO AS BEIRAS sabe, todavia, que deverão ser, respectivamente, João Paulo Pedrosa, presidente da Federação Distrital do PS, Jorge Gonçalves (ex-presidente da Câmara de Peniche) e Gonçalo Lopes (ex-delegado do IPJ). |