O último sábado de Janeiro é uma data festiva no calendário de Ansião. Neste dia, no Mercado Municipal tem lugar uma das mais carismáticas tradições do concelho: a Feira dos Pinhões.

A iniciativa é da responsabilidade da Câmara Municipal e mobiliza todos os anos centenas de pessoas. Começa de manhã e prolonga-se pela tarde, com um momento de folclore, com um rancho local, por volta das 15h30.

A venda de colares de pinhões é uma das características mais típicas desta feira, na qual costumam participar cerca de meia centena de feirantes. Os colares “sui generis” eram comprados pelos rapazes para presentearem a amada. Era uma espécie de sinal para o início do namoro. Aceitar ou não a prenda era o veredicto.

Actualmente, para além da preservação de uma tradição, existe o pretexto económico; a oportunidade para o visitante comprar uns pinhões mais em conta e para o vendedor escoar o seu produto. A presença de maior ou menor número de feirantes está dependente da produção, geralmente associada aos meses frios de Dezembro e Janeiro.

Até chegar às mãos do comprador, sob a forma de colar ou a granel, o pinhão colhido nos inúmeros pinhais das redondezas, tem de passar por um processo de tratamento que implica trabalho e saber.

Quer seja para ser comercializado à maquia (medida em madeira que leva cerca de 200 gramas) ou até chegar ao forno a lenha para que possa ser cozido em linha (para ser vendido depois sob a forma de colar), cabe ao produtor a tarefa de recolher as pinhas dos pinheiros mansos, retirar delas o pinhão e partir depois com cuidado a casca grossa que o reveste.

Processo trabalhoso, sem dúvida, mas muito enraizado entre as pessoas de Ansião que procuram manter viva uma tradição ancestral. O pinhão é um fruto seco muito apreciado para a confecção de bolos e como aperitivo. O preço a que é vendido nos supermercados é normalmente pouco convidativo. A Feira de Ansião poderá ser uma boa oportunidade para os apreciadores.