Ansião: obras obrigam a ultrapassar limites
Fernando Ribeiro Marques, presidente da Câmara de Ansião, “responsabiliza” o excesso de endividamento, na casa de um milhão e 200 mil euros (referente a uma dívida global de 10/11 milhões de euros) por um conjunto de obras que o executivo municipal tem vindo a efectuar que, sublinha, já vinham de 2005. |
«Estamos perante obras que, em 2006, implicaram um volume de facturação grande, que as receitas não acompanharam, pois os fundos do FEDER são de 50/60 por cento dos investimentos».
Foram, de resto, estes os argumentos que a Câmara Municipal de Ansião apresentou à tutela, no sentido de justificar o montante da dívida assumida, refere Fernando Ribeiro Marques, «convencido» que o Governo «vai aceitar as nossas justificações». Todavia, não deixa de considerar «preocupante» a possibilidade de avançarem, já em Novembro, as “retaliações” previstas, ou seja, o “congelamento” de 10 por cento das verbas do FEF. Fernando Ribeiro Marques refere particularmente as funções sociais que as câmaras exercem, mormente nos apoios aos transportes escolares e nas actividades extracurriculares, que são assumidas pelas autarquias, quando deveria ser o Governo a acatar.
«Acho que não faz sentido esta retaliação. É bom que estejamos todos preocupados com a redução do deficit, mas não é isto que vai resolver a situação», adianta o presidente da Câmara de Ansião. Aliás, as perspectivas do autarca não se podem considerar muito animadoras, uma vez que as obras que agravaram a dívida apenas estarão concluídas no primeiro trimestre do próximo ano, facto que anuncia um ano de 2007 também complicado em termos de sobreendividamento.